Em busca de garantir as boas práticas de assistência à gestação, parto, nascimento e puerpério, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), por meio da Subcoordenadoria de Ações de Saúde/Grupo Auxiliar de Saúde da Mulher e Coordenação da Rede Materno Infantil, elaborou o Plano Estadual de Redução da Mortalidade Materna e na Infância 2020-2023.

O Plano é um instrumento orientador da Gestão Estadual da Sesap, nesse período, com a finalidade de reduzir a morte materna e na infância por causas evitáveis.  O documento reflete o compromisso da atual gestão estadual e sua equipe técnica, com os objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) – Agenda 2030 – em relação às metas de redução da Mortalidade Materna e na Infância, contribuindo também para a garantia do cumprimento dos princípios básicos do Sistema Único de Saúde – SUS, e em especial, a garantia e o respeito aos direitos norteadores de qualquer política de saúde: o direito à vida e à saúde.

Em consonância com o Plano, a Sesap implementará, a partir de janeiro de 2021, um projeto de apoio às boas práticas de assistência ao parto e ao nascimento, que funcionará como ferramenta de monitoramento da rede materno infantil do Estado, tendo por objetivo qualificar profissionais e fortalecer as ações em rede. Dessa forma, serão ofertados webinários de boas práticas e cursos para a rede de assistência à saúde, abordando temas como atendimento a urgências e emergências obstétricas e neonatais, inserção de DIU e atualização em pré-natal, bem como acolhimento e classificação de risco em obstetrícia. Além disso serão oferecidos curso de doulas da comunidade para as mulheres das oito regiões de saúde do estado.

Entre outras ações a serem executadas estão: implementar um serviço de referência em contracepção com oferta de laqueadura, vasectomia e DIU e estruturar o pré-natal de alto risco nas regiões de saúde que ainda não dispõem desse acompanhamento. É importante destacar também que a Sesap irá inaugurar leitos de UTI materna e de UTI Neonatal no Hospital da Mulher, que está sendo construído em Mossoró.

“A melhoria da qualidade da atenção exige também uma mudança sensível na atitude dos profissionais de saúde e na eficiência e presteza dos serviços. Há que se investir na qualificação da atenção pré-natal, da atenção ao parto e ao puerpério, devendo-se, para isso, garantir o acesso das usuárias aos serviços de saúde e instituir uma abordagem integral do processo saúde doença através de ações intersetoriais de promoção da saúde e de prevenção, diagnóstico e tratamento adequado dos problemas que ocorrem nesse período”, afirmou a coordenadora da Rede Materno Infantil da Sesap, Clarissa de Leon.

Dados

Dados da OPAS/OMS mostram que cerca de 830 mulheres morrem todos os dias por complicações relacionadas à gravidez ou ao parto em todo o mundo. No Brasil, as principais causas de morte materna registradas anualmente são hipertensão, hemorragias e infecção puerperal, podendo haver variações regionais na sequência de ocorrência. Contudo, especialistas consideram que mais de 90% dos casos são considerados evitáveis.

As evidências epidemiológicas demonstram que o Brasil vive um cenário epidêmico de cesarianas desnecessárias e indesejadas, sendo o país um dos campeões nas taxas de parto cirúrgico.

“Os dados no estado nos mostram o quão é necessário colocarmos em prática ações que impactam diretamente para mudar esse cenário, desde garantir os direitos sexuais e reprodutivos, até instituir boas práticas de assistência à gestação, parto, nascimento e puerpério”, ressaltou Clarissa de Leon.

 

Texto: Sesap/Assecom