Um dos principais problemas de saúde pública no mundo, devido à elevada morbimortalidade, as infecções por arbovírus, incluindo dengue, chikungunya e zika, sofreram uma redução no número de casos notificados no Rio Grande do Norte em 2020. A mudança no cenário epidemiológico no Estado pode ter sido provocada, provavelmente, pela pandemia do novo Coronavírus (Covid-19). É o que aponta o Boletim Epidemiológico divulgado pela equipe técnica do Programa Estadual de Arboviroses, da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), com dados atualizados até o dia 3 de outubro (semana epidemiológica 40).
Em relação à distribuição dos casos notificados de dengue e chikungunya, apesar de 2020 registrar um menor número de casos, a dinâmica epidemiológica se apresenta de forma semelhante ao que ocorreu em 2019, com crescimento e redução de casos no mesmo período. O mesmo ocorre com a distribuição dos casos notificados de Zika, porém com pequenos picos de diferença.
Quanto aos dados de dengue, até o dia 03 de outubro deste ano, foram registrados 11.575 casos suspeitos, sendo 2.849 confirmados e 06 óbitos. Em 2019, no mesmo período, foram notificados 37.219 casos, sendo 10.639 confirmados e 15 óbitos.
De Chikungunya, neste ano, foram notificados 7.148 casos suspeitos, com 2.974 confirmações da doença e 03 óbitos. Em 2019, no mesmo período, foram notificados 14.387 casos, sendo confirmados 6.174 casos e 15 óbitos. Já em relação aos casos de Zika, foram 1.324 casos suspeitos, sendo 236 confirmados. No mesmo período do ano passado, foram notificados 1.606 casos, sendo 89 confirmados.
No período correspondente as semanas epidemiológicas 21 a 40 (de 17/05 a 03/10), a maior densidade de incidência dos casos notificados de dengue se concentrou nas regiões de saúde de Mossoró (2ª Região) e Assú (8ª Região); a Chikungunya com maior densidade de incidência nos municípios das regiões de Mossoró, João Câmara e Assú; e, a Zika com maior densidade nos municípios de Assú, Mossoró, Fernando Pedrosa e São Rafael.
O quantitativo de casos de Zika em mulheres em idade fértil é fator de preocupação, principalmente se ocorrer em gestantes, devido à capacidade do Zika Vírus provocar microcefalia ou alterações no sistema nervoso central (SNC) no feto gestado. Neste ano, os municípios que mais notificaram casos de Zika em gestantes foram: Mossoró (22), Açu (6) e Natal (4). Além disso, 10 municípios registraram o nascimento de crianças com microcefalia ou alterações no SNC.
As arboviroses urbanas apresentam diversos sinais clínicos semelhantes. Nesse sentido, a população e os profissionais de saúde devem estar atentos aos seguintes sintomas: febre alta (39º a 40ºC) de início abrupto e com duração de 2 a 7 dias, associada à dor de cabeça, perda ou diminuição da força física, dor muscular, dor nas articulações, e dor ao redor dos olhos. Manchas vermelhas no rosto, tronco e membros além de anorexia, náuseas, vômitos e diarreia.
Prevenção
A melhor forma de prevenir as arboviroses é a intensificação das ações de controle vetorial do Aedes aegypti. A população deve sempre auxiliar no controle vetor. Neste sentido recomenda-se a todos que:
• Mantenham seus quintais livres de possíveis criadouros do mosquito,
• Esfreguem com bucha as vasilhas ou reservatórios de água de seus animais; ? Não coloquem lixo em terrenos baldios;
• Mantenham as caixas d´água sempre tampadas;
• Observem vasos e pratinhos de plantas que acumulam água parada;
• Observem locais que possam acumular água parada como: bandeja de bebedouros e de geladeiras, ralos, pias e vasos sanitários sem uso;
• Recebam a visita do agente de endemias, aproveitando a oportunidade para tirar possíveis dúvidas;
• Mantenham em local coberto, pneus inservíveis e outros objetos que possam acumular água.
Texto: Sesap/Assecom