“Declare seu amor por você, cuide-se”. Com esse lema a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) inicia a campanha do Outubro Rosa, mês de conscientização e combate ao câncer de mama e câncer do colo do útero.

A estimativa do INCA para o ano de 2020 aponta 7.990 casos novos de neoplasias malignas para o estado do Rio Grande do Norte, sendo a maior incidência de casos novos por 100 mil habitantes. O câncer de mama aparece com 61,85 de incidência, enquanto o de colo do útero tem incidência de 17,01. No total, a estimativa para o sexo feminino é de 292,56 novos casos por 100 mil habitantes, o que reforça a importância de implementar estratégias efetivas para garantir a prevenção, diagnóstico precoce e o tratamento nas oito regiões de saúde do RN.

A Área Técnica de Saúde da Mulher está trabalhando na qualificação das ações de saúde que visem o rastreamento e detecção precoce do câncer de mama e colo de útero, bem como as ações de prevenção, visando à redução da morbimortalidade de mulheres e consequente melhoria nos indicadores de saúde.

Em articulação com o Núcleo de Agravos e Doenças não transmissíveis (DANT) e o Programa Estadual de Controle do Câncer, a equipe de Saúde da Mulher está compondo o grupo técnico responsável pela revisão do Plano Estadual de Oncologia, colaborando com as informações e propostas de ações estratégicas relacionadas ao câncer de mama e colo de útero.

No próximo dia 07, acontece o webnário “Câncer de Mama: prevenção, detecção precoce e cuidados nutricionais”, promovido pela Coordenadoria de Promoção à Saúde, Subcoordenadoria de Ações em Saúde e o Núcleo de Ciclos de Vida/Saúde da Mulher da Sesap, a partir das 15h, no canal do YouTube do NEESF SESAP – RN. Participam o médico mastologista da Liga contra o câncer, Maciel Matias; a nutricionista da Sesap, Mychelle Kytchia; a ginecologista e obstetra, Maria do Carmo Lopes e a enfermeira e sanitarista, Chyrly Moura.

Câncer de mama

O câncer de mama é o tipo que possui a maior incidência e a maior mortalidade na população feminina em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento, quanto em países desenvolvidos. É um câncer considerado multifatorial, envolvendo fatores biológico-endócrinos, vida reprodutiva, comportamento e estilo de vida.

A Vigilância Epidemiológica do estado aponta, em média, 800 casos novos/ano, sendo 250 casos novos/ano apenas no município de Natal, capital do Estado. De 2015 a 2019 foram 1.277 mortes por câncer de mama no RN, sendo 270 no ano de 2019. São, em média, apresenta

O envelhecimento, fatores relacionados à vida reprodutiva da mulher, história familiar de câncer de mama, alta densidade do tecido mamário (razão entre o tecido glandular e o tecido adiposo da mama) são os mais bem conhecidos fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama. Além desses, o consumo de álcool, excesso de peso, sedentarismo e exposição à radiação ionizante também são considerados agentes potenciais para o desenvolvimento desse câncer.

O câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos, aumentando assim a possibilidade de tratamentos menos agressivos e com taxas de sucesso satisfatórias. O Ministério da Saúde recomenda que a mamografia de rastreamento (exame realizado quando não há sinais nem sintomas suspeitos) seja ofertada para mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos, seguindo a orientação da Organização Mundial da Saúde e de países que adotam o rastreamento mamográfico.

O Rio Grande do Norte possui:

27 serviços de mamografia (público/credenciado ao SUS);

22 mamógrafos de comando simples (para o exame preventivo e diagnóstico precoce do câncer de mama);

05 mamógrafos com estereotaxia (identifica a posição exata do tumor para a realização de biópsia e/ou retirada do tumor de forma precisa);

Os mamógrafos estão localizados em 12 municípios do Estado, distribuídos em 7 regiões sanitárias, com maior concentração no município de Natal, sendo 5 serviços com mamógrafos simples e 2 com estereotaxia e capacidade de produzir cerca de 135.000 mamografias/ano (considerando produção diária de 25 exames/mamógrafo em 200 dias úteis/ano).

Colo do útero

Com relação ao câncer do colo do útero (câncer cervical), excetuando-se o câncer de pele não melanoma, é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal), e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil (INCA/MS), sendo causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HP (tipos oncogênicos). No RN, os óbitos por câncer de colo de útero foram 507 de 2015 a 2019, sendo 115 somente em 2019.

A infecção genital por esse vírus é muito frequente e na maioria das vezes não causa doença, mas em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer. Tais alterações são facilmente detectadas no exame preventivo (Papanicolau) e curáveis em quase todos os casos.

O rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil, recomendado pelo Ministério da Saúde, é o exame citopatológico em mulheres de 25 a 64 anos. A rotina é a repetição do exame Papanicolau a cada três anos, após dois exames normais consecutivos realizados com um intervalo de um ano. O Papanicolau é a principal estratégia para detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico precoce da doença e sua realização periódica permite reduzir a ocorrência e a mortalidade pela doença

Em 2020, até o momento, já foram realizados no Rio Grande do Norte um total de  18.841 exames citopatológico cérvico vaginal – rastreamento – na faixa etária de 25 a 64 anos. Em todo o ano de 2019 foram 107.907 exames.

 

Texto: Sesap/Assecom